REAÇÃO - 09/07/2025 21:09

Lula diz que responderá tarifa de 50% de Trump com reciprocidade e que "não aceitará ser tutelado por ninguém"

Presidente brasileiro se manifestou por meio de uma rede social
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu à aplicação de tarifa adicional de 50% pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A alíquota foi anunciada por Donald Trump nesta quarta-feira (9) e entra em vigor a partir de 1º de agosto.

Em uma publicação na rede social X, Lula diz que "o Brasil é um país soberano com instituições independentes" e "que não aceitará ser tutelado por ninguém" (leia a íntegra no fim da reportagem).

"Neste sentido, qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica", escreveu o presidente.

Lula se refere à Lei da Reciprocidade Econômica, aprovada pela Câmara em 2 de abril. No mesmo dia, Trump anunciou tarifas para diversos países, que posteriormente foram suspensas.

Lula prossegue afirmando que o processo contra quem planejou golpe de Estado é de competência da Justiça Brasileira.
"Portanto, não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais".

Em relação às plataformas digitais, Lula diz que a liberdade de expressão "não se confunde com agressão ou práticas violentas".

"Para operar em nosso país, todas as empresas nacionais e estrangeiras estão submetidas à legislação brasileira", escreveu.

O presidente também classifica como falsa a informação de que há déficit na relação comercial com os Estados Unidos e aponta que estatísticas do próprio governo Trump "comprovam um superávit desse país no comércio de bens e serviços com o Brasil da ordem de 410 bilhões de dólares ao longo dos últimos 15 anos".

A resposta do presidente do Brasil ocorre após uma reunião de emergência convocada por Lula com a presença de ministros, no Palácio do Planalto.

Tarifa de 50% para produtos exportados aos EUA

A tarifa de 50% foi comunicada pelo presidente dos Estados Unidos por meio de uma carta endereçada a Lula e replicada na rede Truth Social. O texto cita uma "caça às bruxas" a Jair Bolsonaro e que a maneira como o Brasil tratou o ex-presidente é "uma desgraça internacional".

Trump também afirma que as tarifas se devem, "em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos" (leia a íntegra no fim da reportagem).

O texto autoriza o governo a adotar medidas comerciais contra países e blocos que imponham barreiras unilaterais aos produtos do Brasil no mercado global.

Taxas a outros países

Também por cartas publicadas em rede social, ele já havia anunciado taxas para outros 20 países desde segunda-feira (7). (veja lista abaixo). Em suas cartas, Trump alerta que punirá qualquer retaliação.

Os seis países mais afetados recentemente são Argélia, Brunei, Iraque, Líbia, Moldávia, Sri Lanka e Filipinas. No geral, as tarifas estão alinhadas com as anunciadas pelo governo americano no início de abril.

Estas últimas foram suspensas até esta quarta, data adiada na segunda-feira pelo presidente republicano para 1º de agosto.

Leia a nota de Lula

"Tendo em vista a manifestação pública do presidente norte-americano Donald Trump apresentada em uma rede social, na tarde desta quarta (9), é importante ressaltar:  
O Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém.  
O processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de estado é de competência apenas da Justiça Brasileira e, portanto, não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais.   No contexto das plataformas digitais, a sociedade brasileira rejeita conteúdos de ódio, racismo, pornografia infantil, golpes, fraudes, discursos contra os direitos humanos e a liberdade democrática.  
No Brasil, liberdade de expressão não se confunde com agressão ou práticas violentas. Para operar em nosso país, todas as empresas nacionais e estrangeiras estão submetidas à legislação brasileira.  
É falsa a informação, no caso da relação comercial entre Brasil e Estados Unidos, sobre o alegado déficit norte-americano. As estatísticas do próprio governo dos Estados Unidos comprovam um superávit desse país no comércio de bens e serviços com o Brasil da ordem de 410 bilhões de dólares ao longo dos últimos 15 anos.   Neste sentido, qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica.   
A soberania, o respeito e a defesa intransigente dos interesses do povo brasileiro são os valores que orientam a nossa relação com o mundo."

Tarifas anunciadas pelos EUA a países

Filipinas: 20%

Cazaquistão: 25%

Coreia do Sul: 25%

Japão: 25%

Malásia: 25%

Moldávia: 25%

Brunei: 25%

Tunísia: 25%

Argélia: 30%

Líbia: 30%

Iraque: 30%

África do Sul: 30%

Sri Lanka: 30%

Bósnia e Herzegovina: 30%

Indonésia: 32%

Bangladesh: 35%

Sérvia: 35%

Camboja: 36%

Tailândia: 36%

Laos: 40%

Myanmar: 40%

Brasil: 50%


Fonte: Gaúcha ZH
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